sábado, 15 de agosto de 2009

Breve relato sobre a Aliança em Piracicaba

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Iahweh me ungiu; enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, e curar os quebrantados de coração, e proclamar a liberdade aos cativos”. (Is 61, 1).

Inspirados pela Palavra e por Nossa Senhora, a Imaculada do Espírito Santo, em 2000 foi fundada pelos Padres Antonello Cadeddu e Enrico Porcu Comunidade Aliança de Misericórdia, que tem como carisma e missão resgatar a dignidade humana, moral, cultural e espiritual daqueles que se encontram em situação de exclusão social. O trabalho da Aliança, assim mais simplesmente chamada, é dividido em várias atividades e resumido “para” os pobres, “com” os pobres, e “como” os pobres, os “filhos da aliança”.
Com sede na cidade de São Paulo, a Aliança realiza atividades em todo Brasil e em alguns países da Europa. Mantém atualmente 18 casas de acolhida de crianças e adultos; creches; assistência médica e alimentação aos moradores de rua. Também mantém, espalhadas por várias cidades do Brasil, várias fraternidades dedicadas à evangelização, onde os missionários realizam diversas atividades com jovens, adultos e famílias, sempre agindo junto à comunidade onde estão inseridos, além de ações evangelizadoras em favelas, nas ruas, “Febem” (atual “Fundação Casa”) e presídios.
O trabalho na cidade de Piracicaba iniciou-se em 2000 com a fundação da “Casa Maria”, no Bairro Higienópolis, com o objetivo de acolher os pacientes da Santa Casa de Misericórdia que vinham de outras cidades da região para se submeterem a tratamentos de hemodiálise. Além desse trabalho, o grupo se dedicava à formação de seus membros, que se reuniam periodicamente na sede da “Casa Maria”. Dessa proposta de trabalho surgiu a necessidade de acolher mães solteiras em situação de rua.
Com o passar do tempo, Lúcia e Célio Rodrigues, coordenadores dessa Casa, juntamente com seus filhos atenderam ao convite do Pe. Enrico e iniciaram trabalho de acolhida de crianças abandonadas e que aguardavam processo de adoção ou retorno às famílias. Atualmente essa família acolhe, na “Casa Maria”, 12 crianças, que lá encontram um lar, um abrigo, e, acima de tudo, o amor de um saudável e harmonioso convívio familiar.
No início do ano de 2006 um grupo de 8 missionários iniciou, também em Piracicaba, a “Fraternidade Poço de Jacó”, numa chácara existente no Bairro Bom Jesus (acesso pela Rodovia Piracicaba – Tupi), com o objetivo de se tornar uma casa de acolhida masculina e também um centro de evangelização. Desde então no “Poço de Jacó” são organizadas e desenvolvidas atividades de evangelização com jovens, casais e moradores de rua, sempre sob a inspiração do carisma da Aliança de Misericórdia.

A Comunidade Aliança de Misericórdia é organizada em três elos:
Primeiro elo ou comunidade de vida: composto por missionários ou casais consagrados que doam a vida em favor dos mais pobres, deixando suas casas, seus bens e passando a viver integralmente pela Comunidade. Vários jovens (mais de 40) atualmente trilham o caminho do sacerdócio, alguns com os estudos bem adiantados;
Segundo elo ou comunidade de aliança: composta pelos “Grupos Arco-Íris de Misericórdia”, integrados por leigos que auxiliam, de forma comprometida, na estruturação das ações evangelizadoras; e
Terceiro elo ou Amigos: composto pelas pessoas que colaboram com a comunidade na doação material ou do próprio tempo, realizando trabalhos voluntários. Também integram esse elo os “adoradores”, que são os intercessores da Comunidade.
Juntos, missionários, membros dos grupos Arco-Íris e amigos, sempre de braços dados com a comunidade em que presentes, juntam-se na missão de evangelizar, cada qual no seu papel, como nos ensina São Paulo formando um só corpo.
Na Diocese de Piracicaba, além da “Casa Maria” (acolhida de crianças), a Aliança de Misericórdia conta com outras 03 casas de acolhida de adultos e que completam todo ciclo proposto para a reintegração social, conforme gráfico que segue. São elas:
“Casa Maria Mãe dos Pobres” (antiga “Revida”), que abriga a triagem do povo de rua e dependentes químicos, e conta com 18 acolhidos. O imóvel foi dado em comodato pela Diocese de Piracicaba e em junho deste ano deverão estar concluídas as obras que permitirão receber mais 25 pessoas;
“Casa Poço de Jacó”: encerrado o período de triagem, o filho da aliança passa a caminhar nesse espaço, que adota o catecumenato e atividades laborais diversas. Atualmente essa casa abriga 50 pessoas; e
“Casa Dom Bosco”: ou “Casa de Reinserção”, hoje com 15 filhos da aliança, que, depois da caminhada realizada no “Poço de Jacó” ou em outras casas similares da Aliança, passam a ter condições de retornar ao mercado de trabalho e a um convívio social mais intenso, inclusive com a possibilidade de retornarem às suas famílias de origem.
Todas as atividades e programas sociais da Aliança de Misericórdia são mantidos exclusivamente por doações de benfeitores, pessoas físicas e jurídicas, além de entidades governamentais.
Fazemos um convite especial a você: venha também fazer parte da Família Aliança de Misericórdia, pois “ninguém é tão pobre que não tenha algo para dar, nem tão rico que não tenha algo para receber”.

Atividades da Aliança em Piracicaba e Rio Claro
- Grupo Arco-Íris de Misericórdia: reunião semanal em Piracicaba (3ª feira, 20:00 hs., “Chácara Poço de Jacó); em Rio Claro – reunião semanal (3ª feira, 20:00 hs., contato pelo telefone (19) 3524-4979);
- GAMI - Grupo de Amigos da Misericórdia: reuniões quinzenais;
- Thalita Kun: encontros mensais para os jovens;
- Caná: encontros mensais para casais;
- Louvor para jovens: todos os sábados à noite na Paróquia de São Judas Tadeu;
- Pastoral de Rua: semanal;
- JAM – Jornada Aliança de Misericórdia: formação da Palavra de Vida da Comunidade, todo primeiro domingo do mês na “Chácara Poço de Jacó”;
- Vigília MMAE (Movimento Mariano de Adoração Eucarística): toda primeira sexta-feira de cada mês na Paróquia de São Judas Tadeu, a partir das 22:30 hs.

Nosso telefone: (19) 3424-1297
Nosso site: www.misericordia.com.br

A propósito de 1º de agosto ANIVERSÁRIO de Piracicaba SP

(publicado no jornal "A Tribuna Piracicabana" do dia 1º de agosto de 2009)


De “Noiva do 3º Milênio” para “Noiva da Misericórdia”


Desde criança, em 1967 no Bairro Alto, aprendi a contar os aniversários de Piracicaba. Lembro-me dos aviões da Esquadrilha da Fumaça, riscando os céus da querida “Noiva da Colina”. Era o Bicentenário e a partir daí ficou fácil: 200 mais o restante. Neste dia 1º de agosto de 2009, temos exatamente um aniversário de 242 anos de vida e progresso.
Os Anais do final do século XVIII nos atestam: foi o rio que deu o nome à cidade. Na linguagem tupi-guarani, “Piracicaba” significa “lugar onde o peixe chega”, ou “lugar onde o peixe pára”, no Salto do rio. De qualquer forma, têm-se a idéia de abundância de peixes. O apelido “Noiva da Colina” foi criado nos inícios do século XX ( a partir de 1901 ) por Brasíio Augusto Machado de Oliveira, promotor público em Piracicaba e um dos fundadores da Academia Paulista de Letras. Autor do poema “Piracicaba”, é nele que cita o “véu da noiva”, referindo-se a um manto de neblina que desce em algumas noites piracicabanas, muitas vezes confundida, erradamente, com o “véu” formado pela queda d`água do córrego do Mirante, logo abaixo do Salto.
Cidadão caipiracicabano, o que sempre me impressionou é o lema que está no Brasão e na Bandeira de Piracicaba: “Audax in Intelectu et in Labore” (Audácia, Coragem na Inteligência e no Trabalho). O atento leitor percebe que foram citadas anteriormente as palavras Vida e Progresso e agora, Coragem, Inteligência e Trabalho. Como resultado, percebo a tênue conexão com o simbolismo de um monumento de Piracicaba – o “Cemitério da Saudade” com a inscrição na entrada: “Omnes Símiles Sumus” (Somos Todos Iguais).
Alcançamos aqui uma sugestão do título: “Noiva de Misericórdia”. Noiva = prometida; Misericórdia porque traz em seu cerne o “cór" de coração. Assim, Piracicaba passa de “lugar onde há abundância de peixes” para “lugar de pescadores e restauradores de homens e de vidas e de suas famílias”.
Aqui, temos a segunda ligação com o título inicial: “a Noiva do 3º Milênio”, pois o Papa João Paulo II consagrou estes tempos como sendo “o Milênio da Misericórdia de Deus”. Vamos refletir sobre isto: fundada no ano 2000 pelos Padres Antonello Cadeddu e Enrico Porcu, a Comunidade Aliança de Misericórdia, tem como carisma e missão, resgatar a dignidade humana, moral, cultural e espiritual daqueles que se encontram em situação de exclusão social. O trabalho da Aliança, assim mais simplesmente chamada, é dividido em várias atividades e resumido “para” os pobres, “com” os pobres, e “como” os pobres, os “filhos da aliança”. Com sede na cidade de São Paulo, a Aliança realiza atividades em todo Brasil e em alguns países da Europa.
O trabalho na cidade de Piracicaba iniciou-se em 2000, com o casal Lúcia e Célio Rodrigues e com o passar do tempo, como coordenadores dessa Casa, juntamente com seus filhos, atenderam ao convite do Pe. Enrico e iniciaram trabalho de acolhida de crianças abandonadas e que aguardavam processo de adoção ou retorno às famílias. Atualmente essa família acolhe, na “Casa Maria”, 12 crianças, que lá encontram um lar, um abrigo, e, acima de tudo, o amor de um saudável e harmonioso convívio familiar.
No início do ano de 2006 um grupo de 8 missionários iniciou, também em Piracicaba, a “Fraternidade Poço de Jacó”, numa chácara existente no Bairro Bom Jesus (acesso pela Rodovia Piracicaba – Tupi), com o objetivo de se tornar uma casa de acolhida masculina e também um centro de evangelização. Desde então no “Poço de Jacó” são organizadas e desenvolvidas atividades de evangelização com jovens, casais e moradores de rua, sempre sob a inspiração do carisma da Aliança de Misericórdia: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Iahweh me ungiu; enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, e curar os quebrantados de coração, e proclamar a liberdade aos cativos”. (Is 61, 1).


Além da “Casa Maria” (acolhida de crianças), a Aliança de Misericórdia conta com outras 03 casas de acolhida de adultos e que completam todo ciclo proposto para a reintegração social, conforme gráfico que segue. São elas: “Casa Maria Mãe dos Pobres” (antiga “Revida”), que abriga a triagem do povo de rua e dependentes químicos, e conta com 18 acolhidos. O imóvel foi dado em comodato pela Diocese de Piracicaba e em junho deste ano deverão estar concluídas as obras que permitirão receber mais 25 pessoas;
“Casa Poço de Jacó”: encerrado o período de triagem, o filho da aliança passa a caminhar nesse espaço, que adota o catecumenato e atividades laborais diversas. Atualmente essa casa abriga 50 pessoas; “Casa Dom Bosco”: ou “Casa de Reinserção”, hoje com 15 filhos da aliança, que, depois da caminhada realizada no “Poço de Jacó” ou em outras casas similares da Aliança, passam a ter condições de retornar ao mercado de trabalho e a um convívio social mais intenso, inclusive com a possibilidade de retornarem às suas famílias de origem.
Todas as atividades e programas sociais da Aliança de Misericórdia são mantidos exclusivamente por doações de benfeitores, pessoas físicas e jurídicas, além de entidades governamentais.
Se você quer conhecer melhor esta obra, entre em contato pelo telefone: 3424-1297.
Nosso site: www.misericordia.com.br e, para conhecer as atividades em Piracicaba, temos o blog experimental no endereço: http://alianca-piracicaba.blogspot.com
Fazemos um convite especial a você: venha também fazer parte da Família Aliança de Misericórdia, pois “ninguém é tão pobre que não tenha algo para dar, nem tão rico que não tenha algo para receber”. Creio ser esta a vocação de Piracicaba: acolher a todos, porque “somos todos iguais”.

Prof. Lupercio Reis Neto - Equipe de Comunicação da Aliança de Misericórdia em Piracicaba

GAMI significa Grupo dos Amigos da Misericórdia.

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom e agradável e perfeito.” (Rm12,2)


O Grupo dos Amigos da Misericórdia – GAMI – nasceu através de uma inspiração que o casal Fernando e Bia tiveram, depois de anos acompanhando junto à comunidade pessoas amigas do movimento, que de uma forma ou de outra, se aproximavam para ajudar na obra e comungar da nossa espiritualidade, mas depois disso não tinham nenhuma atividade de formação e ação evangelizadora. Essa experiência eles próprios viveram no início da comunidade, quando ainda como amigos se identificaram com a missão e o trabalho de evangelização, e assim, foram se envolvendo pela graça de Deus, experimentando esse Amor Misericordioso que a todos alcança.

Nasceu assim, a idéia de termos um grupo de oração para os amigos da comunidade, onde pudessem se encontrar periodicamente para rezar, louvar, ouvir a Palavra de Deus e principalmente experimentarem do amor de Jesus em suas vidas, “o amor que não cansa e nem descansa”.

O GAMI visa um aprofundamento na formação humana e espiritual, na busca conjunta de um amadurecimento da identidade cristã que conduza à prática da caridade e ação evangelizadora, através dos seguintes pilares:

Vida de oração e vivência dos carismas
Aprofundamento da Palavra
Amizade e partilha
Compreensão da realidade humana que atrai a Misericórdia de Deus.
Pessoas comprometidas com o seguimento de Jesus, e que pela força do Espírito desejam irradiar um autêntico testemunho de vida.

A motivação da Igreja em ressaltar o papel dos discípulos-missionários de Jesus revela uma lacuna na formação de tantas pessoas nesta missão.

Esta problemática se agrava com o processo de relativismo cultural que se abate sobre a sociedade, provocando um anestesiamento ético e moral do mundo, em um estado de vida incoerente com a cultura do Evangelho e que fortalece as desigualdades e as problemáticas sociais, colocando em xeque a própria dignidade humana.

A Aliança de Misericórdia deseja contribuir com toda a Igreja nesta formação, através de uma reflexão que promova a vivência da fé e a transformação das realidades humanas e sociais, na construção da justiça, da caridade e da paz.

Trata-se de um aprofundamento que una ação carismática e libertadora, promovendo os discípulos dos dias de hoje em verdadeiros missionários-evangelizadores.

Tuim

GAMI significa Grupo dos Amigos da Misericórdia.
Os encontros que estamos tendo (Piracicaba), visa criar um espaço para que os benfeitores e voluntários possam ter um contato maior com a comunidade por meio da partilha da palavra, que recebam nossas orações, partilhar notícias da comunidade, etc..

Testemunho

Sou Priscila, tenho 21 anos, sou missionária do segundo ano da comunidade de vida. No início deste ano, comecei a ir às ruas do centro de São Paulo para fazer evangelização com o povo de rua para levar o Amor a eles. Em um dia fomos a Rua Guaianazes, mais conhecida como Cracolândia, a região do tráfico e consumo de crack.

Em grupos de quatro ou cinco missionários, passamos cantando com alegria para cativar a atenção deles, pois é muito difícil parar alguém por lá para conversar, e assim as pessoas se aproximam de nós.

Neste dia vi uma jovem que estava fazendo o uso do crack e que estava muito mal, olhei para ela e sorri, mas ela nem me deu atenção, continuamos e ela ficou em meu coração e quando íamos embora ela se aproximou de mim e pediu para tocar um louvor, até pensei se deveria deixar ou não mas ela insistiu e deixamos, com seu talento ela encantou todo o grupo e a partir daquele dia ela se tornou especial para nós. Após tocar violão conosco ela quis ir embora e em seguida ofertei tudo no coração de Deus e pedi que Deus Pai tocasse em seu coração.

Depois disto, a cada dia que ía para a rua, pedia para Deus que a encontrasse e a cada dia que a encontrava ela se tornou um presente para mim e de pouco a pouco logo no início do ano, conheci uma jovem chamada Taís de 24 anos que mora na rua há um ano e meio e tem vício de crack.

Quando conheci aquela menina, me enchi de compaixão e sempre pedia a Deus que me inspirasse em como poderia ajudá-la a sair dali, então comecei a apostar tudo nela.

Todo fim de semana passamos pela cracolândia e eu sempre saía à procura dela, muitas vezes há encontramos e acabamos fazendo amizade com ela. Conversava, tocava o violão e partilhava um pouco sua história de vida e o que ela desejava. Neste sentido sempre intercedia para que ela tivesse o desejo de sair da rua. Uma vez senti de convidá-la a sair da rua e ir para nossa casa de acolhida, mas ela disse que ia ver porém não quis naquele dia. Então pedi a Deus que a impulsionasse a sair da rua e que ela mesma nos pedisse.

Foi ai que neste MIR senti vontade de ir para rua e senti muito forte em meu coração que iria encontrá-la. Era pouco provável, pois estava nos trabalhos da favela do Moinho e seria difícil encontrá-la ou ir até a cracolândia, mas para a alegria do meu coração na sexta-feira dia 07/07 saímos para convidar os irmãos de rua para a festa da misericórdia que acontece no domingo e a encontramos, doente, fraca, e a graça que recebemos é que ela nos pediu de sair dali pois já não aguentava mais viver daquela forma e de imediato levamos ela para a Restaura-me onde fizemos tudo que é necessário.

Agora Taís está acolhida em uma de nossas casas, em Salto/SP buscando uma nova vida agora restaurada em sua dignidade.

Taís é a prova de que vale a pena dar a vida por um pequenino, como diz a palavra em Mateus 25, 40 “Todas as vezes que fizestes a um destes pequeninos é a mim que fizestes!”

Hoje o desejo dela é ser canal de Deus para as pessoas com o dom de cantar quer ofertar tudo a Deus. Uma vida marcada por sofrimentos, mas purificada pela misericórdia divina.

OS DEZ MANDAMENTOS DA CURA

OS DEZ MANDAMENTOS DA CURA
(Padre Márlos Múcio C. Silveira, mss)

1. Crermos que Jesus está vivo e é o Senhor, que Ele nos quer sadios e que tem o poder de nos curar nos dias de hoje.

“Eu vim para que as ovelhas tenham a vida, e para que a tenham em abundância” (Jo 10-10)

2. Reconhecermo-nos enfermos e necessitados de cura.

“Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas, sim, os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas, sim, os pecadores”. (Lc 5, 31-32)

3. Confiarmos no poder e na ternura de Deus, implorando-lhe a cura e a libertação.

“Senhor, se queres, podes curar-me” (MT 8,2b)

4. Rompermos com o pecado, causa da doença e da morte.

“Como por um só homem, entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram” (Rm 5,12)

5. Em todas as ocasiões, em todos os lugares e por tudo, louvarmos a Deus. O louvor cura e liberta!

“Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é, a vosso respeito, a vontade de Deus, em Jesus Cristo” (1 Ts 5,18).

6. Não guardarmos mágoas, ressentimentos, ódio e desejo de vingança. Rezarmos pelos nossos ofensores. Louvor + Perdão = Cura!

“Amai os vossos inimigos. Fazei bem aos que vos odeiam. Orai pelos que vos maltratam e perseguem” (MT 5,44)

7. Participarmos com freqüência dos Sacramentos. Sobretudo da Confissão e da Eucaristia.

“Se reconhecermos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo, para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade” (1 Jo 1,9)

“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. A fim que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 4.11)

8. Vivermos na comunidade de fé.

“Perseveraram eles na doutrina dos Apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações” (At 2,42)

9. Vivermos sob o Senhorio de Jesus.

“Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (MT 6,33)

10. Seguirmos as orientações médicas.

“Honra o médico por causa da necessidade. Pois foi o Altíssimo quem o criou. Toda a medicina provém de Deus” (Eclo 38,1.2a)

A Misericórdia de Deus

Conhecendo a natureza humana, e querendo ajudá-la, Jesus deixou-nos a parábola do filho pródigo, lição definitiva sobre o pecado para todos os filhos de Deus.
"Levantar-me-ei - disse o pecador - e irei a meu pai, e lhe direi: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Levantou-se e foi ter com o pai. Estava ainda longe, quando o pai o viu, e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou" (Lc 15,18-20). Este é o Pai com quem nos encontramos na oração. Um pai que ama o pecador, porque sabe distinguir o pecador do pecado, e não esquece que um pecador é um filho seu. Por isso abraça e beija, com ternura infinita, o filho fedendo a pecado. "Façamos uma festa; este meu filho estava morto e voltou a viver; tinha-se perdido e foi encontrado". (Lc 15,23-24).
Revelando a atitude de Deus para com o pecador, Jesus quer animar-nos a falar com Deus sobre nossos pecados, não apenas sobre nossos defeitos. Pretende encorajar-nos a uma total lealdade, expondo ao Pai o nosso ser moral.
E isto é sumamente útil: considerar-me pecador, não simplesmente defeituoso. Quando e reconheço orgulhoso e peço perdão a Deus pelo meu pecado de orgulho, estou apunhalando, em bloco, uma multidão de defeitos, ao mesmo tempo que Deus prepara uma sementeira de qualidades, ou melhor, de virtudes. O resultado é bem mais restrito se o orgulhoso se considera apenas (psicologicamente) "anti-social" ou "egocentrado".
Não foi sem intuito que Jesus também fez a nós uma confissão. Confissão não de seus pecados, que Ele não teve, e sim de seu ponto de vista sobre nossa condição de pecadores. "Se compreendêsseis o sentido desta palavra: quero a misericórdia e não o sacrifício..." (Mt 12,7). É assim que Ele e o Pai olham qualquer pecador. Com misericórdia e não com intuito de sacrificá-lo. Quem não acredita nisto, está por fora do coração daquele que é o bem-amado do Pai.
Bastariam estes segredos desvendados, se nada mais houvesse, para confiarmos no amor de Deus. Deus não espera encontrar em nós aquele hipotético amor imaculado, hipotético e chantagista, se proclamado. Aquele que receia falar de seus pecados a Deus, parece que se julga digno de amor. Se assim fosse, não teríamos visto aquele cruz no Calvário, ensopada com o sangue de outro que não nós.
Encarando-nos como filhos e pecadores, a Liturgia da Igreja, num realismo admirável, põe em nossa boca esta confissão pública: "Confesso a Deus que pequei muitas vezes..."
Se estas palavras saem de nosso peito cortadas de dor, não é de estranhar que um dia ouçamos o mesmo pedido que o Cristo dirigiu a Bernardo de Claraval. - Na oração, Bernardo se queixava de nada encontrar para oferecer, tendo tanto a pedir. E se surpreendeu quando o Cristo desejou isto: "Dá-me então os teus pecados".
Sim. Quem sofre por ter pecados, pode oferecê-los, porque são pecados embrulhados na humildade e apresentados na esperança...

as CINCO PEDRINHAS

Um dia, em Medjgorje, a Virgem Maria nos pediu para viver a seguinte mensagem: “Filhos queridos, vos convido à conversão individual. Este tempo é para vós, porque o meu Filho dileto sem a vossa cooperação não pode realizar o que deseja. Filhos queridos, orai a fim de que possais crescer espiritualmente e ficar mais próximos de Deus; entrego-vos as cinco pedrinhas que representam as armas contra vosso gigante Golias, com as quais podereis vencer qualquer batalha”.

Maria, Imaculada do Espírito Santo, jamais nos desamparou; antes, continuamente iluminou nossos passos. Retomamos o convite que Ela, docemente, faz a todos nós, seus filhos: contra os “nossos Golias”, armemo-nos com as Cinco Pedrinhas: Eucaristia, Confissão, Palavra de Deus, Jejum e Santo Rosário.

A Eucaristia é o mesmo Jesus de Nazaré vivo, verdadeiro e ressuscitado. Não é uma presença simbólica de Jesus, mas sua presença real. A Santíssima Eucaristia é o Sacramento do Amor de Jesus, através do qual Ele se doa a nós como Pão Vivo descido do Céu. Não é por acaso que a Virgem Santíssima nos indica a Eucaristia como “primeira pedra” para defender-nos do nosso gigante Golias.

A Confissão é o Sacramento da Reconciliação. É necessário que estejamos sinceramente arrependidos para receber a absolvição dos nossos pecados. Este sacramento não é um castigo, mas o presente de Páscoa de Jesus ressuscitado. Depois da ressurreição, Jesus apareceu aos seus apóstolos, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,22s). Esta é a “segunda pedra” que Maria nos oferece.

A “terceira pedra” a que Maria se refere, é a leitura e meditação da Palavra de Deus. A Palavra de Deus é luz que te faz sair das trevas do pecado. É a palavra da verdade, que nos liberta da mentira.

O Jejum é a “quarta pedra”. É um sacrifício, uma penitência, que ajuda a crescer na humildade e a fortificar a nossa vontade para resistir às ciladas do inimigo de Deus. A Virgem pede o jejum a pão e água em Medjugorje, mas o jejum pode ser feito de diversos modos. Isto implica uma privação. Podemos jejuar com os olhos, evitando querer uma coisa que não podemos ter; com a boca, evitando dizer palavras que ofendam os nossos irmãos. Enfim, pode-se jejuar comendo menos do que se deseja. O jejum nos purifica e fortifica.

Rezar com o coração o Santo Rosário é a “quinta pedra”, e é tão recomendado por Nossa Senhora em suas aparições. Através da meditação dos mistérios temos a oportunidade de percorrer toda a vida de Jesus e de contemplar o Seu nascimento, a Sua morte e a Sua ressurreição.

Testemunha-se muitas graças recebidas pelas pessoas que se dedicaram mais a devoçao às Cinco Pedrinhas. Não é fácil e nem simples, mas essas armas que Nossa Senhora nos dá não podem ficar guardadas, tampouco devem ser somente usadas nos momentos complicados. Muito pelo contrário, devemos integrá-las à nossa vida comunitária do dia-a-dia!