sábado, 15 de agosto de 2009

Breve relato sobre a Aliança em Piracicaba

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Iahweh me ungiu; enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, e curar os quebrantados de coração, e proclamar a liberdade aos cativos”. (Is 61, 1).

Inspirados pela Palavra e por Nossa Senhora, a Imaculada do Espírito Santo, em 2000 foi fundada pelos Padres Antonello Cadeddu e Enrico Porcu Comunidade Aliança de Misericórdia, que tem como carisma e missão resgatar a dignidade humana, moral, cultural e espiritual daqueles que se encontram em situação de exclusão social. O trabalho da Aliança, assim mais simplesmente chamada, é dividido em várias atividades e resumido “para” os pobres, “com” os pobres, e “como” os pobres, os “filhos da aliança”.
Com sede na cidade de São Paulo, a Aliança realiza atividades em todo Brasil e em alguns países da Europa. Mantém atualmente 18 casas de acolhida de crianças e adultos; creches; assistência médica e alimentação aos moradores de rua. Também mantém, espalhadas por várias cidades do Brasil, várias fraternidades dedicadas à evangelização, onde os missionários realizam diversas atividades com jovens, adultos e famílias, sempre agindo junto à comunidade onde estão inseridos, além de ações evangelizadoras em favelas, nas ruas, “Febem” (atual “Fundação Casa”) e presídios.
O trabalho na cidade de Piracicaba iniciou-se em 2000 com a fundação da “Casa Maria”, no Bairro Higienópolis, com o objetivo de acolher os pacientes da Santa Casa de Misericórdia que vinham de outras cidades da região para se submeterem a tratamentos de hemodiálise. Além desse trabalho, o grupo se dedicava à formação de seus membros, que se reuniam periodicamente na sede da “Casa Maria”. Dessa proposta de trabalho surgiu a necessidade de acolher mães solteiras em situação de rua.
Com o passar do tempo, Lúcia e Célio Rodrigues, coordenadores dessa Casa, juntamente com seus filhos atenderam ao convite do Pe. Enrico e iniciaram trabalho de acolhida de crianças abandonadas e que aguardavam processo de adoção ou retorno às famílias. Atualmente essa família acolhe, na “Casa Maria”, 12 crianças, que lá encontram um lar, um abrigo, e, acima de tudo, o amor de um saudável e harmonioso convívio familiar.
No início do ano de 2006 um grupo de 8 missionários iniciou, também em Piracicaba, a “Fraternidade Poço de Jacó”, numa chácara existente no Bairro Bom Jesus (acesso pela Rodovia Piracicaba – Tupi), com o objetivo de se tornar uma casa de acolhida masculina e também um centro de evangelização. Desde então no “Poço de Jacó” são organizadas e desenvolvidas atividades de evangelização com jovens, casais e moradores de rua, sempre sob a inspiração do carisma da Aliança de Misericórdia.

A Comunidade Aliança de Misericórdia é organizada em três elos:
Primeiro elo ou comunidade de vida: composto por missionários ou casais consagrados que doam a vida em favor dos mais pobres, deixando suas casas, seus bens e passando a viver integralmente pela Comunidade. Vários jovens (mais de 40) atualmente trilham o caminho do sacerdócio, alguns com os estudos bem adiantados;
Segundo elo ou comunidade de aliança: composta pelos “Grupos Arco-Íris de Misericórdia”, integrados por leigos que auxiliam, de forma comprometida, na estruturação das ações evangelizadoras; e
Terceiro elo ou Amigos: composto pelas pessoas que colaboram com a comunidade na doação material ou do próprio tempo, realizando trabalhos voluntários. Também integram esse elo os “adoradores”, que são os intercessores da Comunidade.
Juntos, missionários, membros dos grupos Arco-Íris e amigos, sempre de braços dados com a comunidade em que presentes, juntam-se na missão de evangelizar, cada qual no seu papel, como nos ensina São Paulo formando um só corpo.
Na Diocese de Piracicaba, além da “Casa Maria” (acolhida de crianças), a Aliança de Misericórdia conta com outras 03 casas de acolhida de adultos e que completam todo ciclo proposto para a reintegração social, conforme gráfico que segue. São elas:
“Casa Maria Mãe dos Pobres” (antiga “Revida”), que abriga a triagem do povo de rua e dependentes químicos, e conta com 18 acolhidos. O imóvel foi dado em comodato pela Diocese de Piracicaba e em junho deste ano deverão estar concluídas as obras que permitirão receber mais 25 pessoas;
“Casa Poço de Jacó”: encerrado o período de triagem, o filho da aliança passa a caminhar nesse espaço, que adota o catecumenato e atividades laborais diversas. Atualmente essa casa abriga 50 pessoas; e
“Casa Dom Bosco”: ou “Casa de Reinserção”, hoje com 15 filhos da aliança, que, depois da caminhada realizada no “Poço de Jacó” ou em outras casas similares da Aliança, passam a ter condições de retornar ao mercado de trabalho e a um convívio social mais intenso, inclusive com a possibilidade de retornarem às suas famílias de origem.
Todas as atividades e programas sociais da Aliança de Misericórdia são mantidos exclusivamente por doações de benfeitores, pessoas físicas e jurídicas, além de entidades governamentais.
Fazemos um convite especial a você: venha também fazer parte da Família Aliança de Misericórdia, pois “ninguém é tão pobre que não tenha algo para dar, nem tão rico que não tenha algo para receber”.

Atividades da Aliança em Piracicaba e Rio Claro
- Grupo Arco-Íris de Misericórdia: reunião semanal em Piracicaba (3ª feira, 20:00 hs., “Chácara Poço de Jacó); em Rio Claro – reunião semanal (3ª feira, 20:00 hs., contato pelo telefone (19) 3524-4979);
- GAMI - Grupo de Amigos da Misericórdia: reuniões quinzenais;
- Thalita Kun: encontros mensais para os jovens;
- Caná: encontros mensais para casais;
- Louvor para jovens: todos os sábados à noite na Paróquia de São Judas Tadeu;
- Pastoral de Rua: semanal;
- JAM – Jornada Aliança de Misericórdia: formação da Palavra de Vida da Comunidade, todo primeiro domingo do mês na “Chácara Poço de Jacó”;
- Vigília MMAE (Movimento Mariano de Adoração Eucarística): toda primeira sexta-feira de cada mês na Paróquia de São Judas Tadeu, a partir das 22:30 hs.

Nosso telefone: (19) 3424-1297
Nosso site: www.misericordia.com.br

A propósito de 1º de agosto ANIVERSÁRIO de Piracicaba SP

(publicado no jornal "A Tribuna Piracicabana" do dia 1º de agosto de 2009)


De “Noiva do 3º Milênio” para “Noiva da Misericórdia”


Desde criança, em 1967 no Bairro Alto, aprendi a contar os aniversários de Piracicaba. Lembro-me dos aviões da Esquadrilha da Fumaça, riscando os céus da querida “Noiva da Colina”. Era o Bicentenário e a partir daí ficou fácil: 200 mais o restante. Neste dia 1º de agosto de 2009, temos exatamente um aniversário de 242 anos de vida e progresso.
Os Anais do final do século XVIII nos atestam: foi o rio que deu o nome à cidade. Na linguagem tupi-guarani, “Piracicaba” significa “lugar onde o peixe chega”, ou “lugar onde o peixe pára”, no Salto do rio. De qualquer forma, têm-se a idéia de abundância de peixes. O apelido “Noiva da Colina” foi criado nos inícios do século XX ( a partir de 1901 ) por Brasíio Augusto Machado de Oliveira, promotor público em Piracicaba e um dos fundadores da Academia Paulista de Letras. Autor do poema “Piracicaba”, é nele que cita o “véu da noiva”, referindo-se a um manto de neblina que desce em algumas noites piracicabanas, muitas vezes confundida, erradamente, com o “véu” formado pela queda d`água do córrego do Mirante, logo abaixo do Salto.
Cidadão caipiracicabano, o que sempre me impressionou é o lema que está no Brasão e na Bandeira de Piracicaba: “Audax in Intelectu et in Labore” (Audácia, Coragem na Inteligência e no Trabalho). O atento leitor percebe que foram citadas anteriormente as palavras Vida e Progresso e agora, Coragem, Inteligência e Trabalho. Como resultado, percebo a tênue conexão com o simbolismo de um monumento de Piracicaba – o “Cemitério da Saudade” com a inscrição na entrada: “Omnes Símiles Sumus” (Somos Todos Iguais).
Alcançamos aqui uma sugestão do título: “Noiva de Misericórdia”. Noiva = prometida; Misericórdia porque traz em seu cerne o “cór" de coração. Assim, Piracicaba passa de “lugar onde há abundância de peixes” para “lugar de pescadores e restauradores de homens e de vidas e de suas famílias”.
Aqui, temos a segunda ligação com o título inicial: “a Noiva do 3º Milênio”, pois o Papa João Paulo II consagrou estes tempos como sendo “o Milênio da Misericórdia de Deus”. Vamos refletir sobre isto: fundada no ano 2000 pelos Padres Antonello Cadeddu e Enrico Porcu, a Comunidade Aliança de Misericórdia, tem como carisma e missão, resgatar a dignidade humana, moral, cultural e espiritual daqueles que se encontram em situação de exclusão social. O trabalho da Aliança, assim mais simplesmente chamada, é dividido em várias atividades e resumido “para” os pobres, “com” os pobres, e “como” os pobres, os “filhos da aliança”. Com sede na cidade de São Paulo, a Aliança realiza atividades em todo Brasil e em alguns países da Europa.
O trabalho na cidade de Piracicaba iniciou-se em 2000, com o casal Lúcia e Célio Rodrigues e com o passar do tempo, como coordenadores dessa Casa, juntamente com seus filhos, atenderam ao convite do Pe. Enrico e iniciaram trabalho de acolhida de crianças abandonadas e que aguardavam processo de adoção ou retorno às famílias. Atualmente essa família acolhe, na “Casa Maria”, 12 crianças, que lá encontram um lar, um abrigo, e, acima de tudo, o amor de um saudável e harmonioso convívio familiar.
No início do ano de 2006 um grupo de 8 missionários iniciou, também em Piracicaba, a “Fraternidade Poço de Jacó”, numa chácara existente no Bairro Bom Jesus (acesso pela Rodovia Piracicaba – Tupi), com o objetivo de se tornar uma casa de acolhida masculina e também um centro de evangelização. Desde então no “Poço de Jacó” são organizadas e desenvolvidas atividades de evangelização com jovens, casais e moradores de rua, sempre sob a inspiração do carisma da Aliança de Misericórdia: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Iahweh me ungiu; enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, e curar os quebrantados de coração, e proclamar a liberdade aos cativos”. (Is 61, 1).


Além da “Casa Maria” (acolhida de crianças), a Aliança de Misericórdia conta com outras 03 casas de acolhida de adultos e que completam todo ciclo proposto para a reintegração social, conforme gráfico que segue. São elas: “Casa Maria Mãe dos Pobres” (antiga “Revida”), que abriga a triagem do povo de rua e dependentes químicos, e conta com 18 acolhidos. O imóvel foi dado em comodato pela Diocese de Piracicaba e em junho deste ano deverão estar concluídas as obras que permitirão receber mais 25 pessoas;
“Casa Poço de Jacó”: encerrado o período de triagem, o filho da aliança passa a caminhar nesse espaço, que adota o catecumenato e atividades laborais diversas. Atualmente essa casa abriga 50 pessoas; “Casa Dom Bosco”: ou “Casa de Reinserção”, hoje com 15 filhos da aliança, que, depois da caminhada realizada no “Poço de Jacó” ou em outras casas similares da Aliança, passam a ter condições de retornar ao mercado de trabalho e a um convívio social mais intenso, inclusive com a possibilidade de retornarem às suas famílias de origem.
Todas as atividades e programas sociais da Aliança de Misericórdia são mantidos exclusivamente por doações de benfeitores, pessoas físicas e jurídicas, além de entidades governamentais.
Se você quer conhecer melhor esta obra, entre em contato pelo telefone: 3424-1297.
Nosso site: www.misericordia.com.br e, para conhecer as atividades em Piracicaba, temos o blog experimental no endereço: http://alianca-piracicaba.blogspot.com
Fazemos um convite especial a você: venha também fazer parte da Família Aliança de Misericórdia, pois “ninguém é tão pobre que não tenha algo para dar, nem tão rico que não tenha algo para receber”. Creio ser esta a vocação de Piracicaba: acolher a todos, porque “somos todos iguais”.

Prof. Lupercio Reis Neto - Equipe de Comunicação da Aliança de Misericórdia em Piracicaba

GAMI significa Grupo dos Amigos da Misericórdia.

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom e agradável e perfeito.” (Rm12,2)


O Grupo dos Amigos da Misericórdia – GAMI – nasceu através de uma inspiração que o casal Fernando e Bia tiveram, depois de anos acompanhando junto à comunidade pessoas amigas do movimento, que de uma forma ou de outra, se aproximavam para ajudar na obra e comungar da nossa espiritualidade, mas depois disso não tinham nenhuma atividade de formação e ação evangelizadora. Essa experiência eles próprios viveram no início da comunidade, quando ainda como amigos se identificaram com a missão e o trabalho de evangelização, e assim, foram se envolvendo pela graça de Deus, experimentando esse Amor Misericordioso que a todos alcança.

Nasceu assim, a idéia de termos um grupo de oração para os amigos da comunidade, onde pudessem se encontrar periodicamente para rezar, louvar, ouvir a Palavra de Deus e principalmente experimentarem do amor de Jesus em suas vidas, “o amor que não cansa e nem descansa”.

O GAMI visa um aprofundamento na formação humana e espiritual, na busca conjunta de um amadurecimento da identidade cristã que conduza à prática da caridade e ação evangelizadora, através dos seguintes pilares:

Vida de oração e vivência dos carismas
Aprofundamento da Palavra
Amizade e partilha
Compreensão da realidade humana que atrai a Misericórdia de Deus.
Pessoas comprometidas com o seguimento de Jesus, e que pela força do Espírito desejam irradiar um autêntico testemunho de vida.

A motivação da Igreja em ressaltar o papel dos discípulos-missionários de Jesus revela uma lacuna na formação de tantas pessoas nesta missão.

Esta problemática se agrava com o processo de relativismo cultural que se abate sobre a sociedade, provocando um anestesiamento ético e moral do mundo, em um estado de vida incoerente com a cultura do Evangelho e que fortalece as desigualdades e as problemáticas sociais, colocando em xeque a própria dignidade humana.

A Aliança de Misericórdia deseja contribuir com toda a Igreja nesta formação, através de uma reflexão que promova a vivência da fé e a transformação das realidades humanas e sociais, na construção da justiça, da caridade e da paz.

Trata-se de um aprofundamento que una ação carismática e libertadora, promovendo os discípulos dos dias de hoje em verdadeiros missionários-evangelizadores.

Tuim

GAMI significa Grupo dos Amigos da Misericórdia.
Os encontros que estamos tendo (Piracicaba), visa criar um espaço para que os benfeitores e voluntários possam ter um contato maior com a comunidade por meio da partilha da palavra, que recebam nossas orações, partilhar notícias da comunidade, etc..

Testemunho

Sou Priscila, tenho 21 anos, sou missionária do segundo ano da comunidade de vida. No início deste ano, comecei a ir às ruas do centro de São Paulo para fazer evangelização com o povo de rua para levar o Amor a eles. Em um dia fomos a Rua Guaianazes, mais conhecida como Cracolândia, a região do tráfico e consumo de crack.

Em grupos de quatro ou cinco missionários, passamos cantando com alegria para cativar a atenção deles, pois é muito difícil parar alguém por lá para conversar, e assim as pessoas se aproximam de nós.

Neste dia vi uma jovem que estava fazendo o uso do crack e que estava muito mal, olhei para ela e sorri, mas ela nem me deu atenção, continuamos e ela ficou em meu coração e quando íamos embora ela se aproximou de mim e pediu para tocar um louvor, até pensei se deveria deixar ou não mas ela insistiu e deixamos, com seu talento ela encantou todo o grupo e a partir daquele dia ela se tornou especial para nós. Após tocar violão conosco ela quis ir embora e em seguida ofertei tudo no coração de Deus e pedi que Deus Pai tocasse em seu coração.

Depois disto, a cada dia que ía para a rua, pedia para Deus que a encontrasse e a cada dia que a encontrava ela se tornou um presente para mim e de pouco a pouco logo no início do ano, conheci uma jovem chamada Taís de 24 anos que mora na rua há um ano e meio e tem vício de crack.

Quando conheci aquela menina, me enchi de compaixão e sempre pedia a Deus que me inspirasse em como poderia ajudá-la a sair dali, então comecei a apostar tudo nela.

Todo fim de semana passamos pela cracolândia e eu sempre saía à procura dela, muitas vezes há encontramos e acabamos fazendo amizade com ela. Conversava, tocava o violão e partilhava um pouco sua história de vida e o que ela desejava. Neste sentido sempre intercedia para que ela tivesse o desejo de sair da rua. Uma vez senti de convidá-la a sair da rua e ir para nossa casa de acolhida, mas ela disse que ia ver porém não quis naquele dia. Então pedi a Deus que a impulsionasse a sair da rua e que ela mesma nos pedisse.

Foi ai que neste MIR senti vontade de ir para rua e senti muito forte em meu coração que iria encontrá-la. Era pouco provável, pois estava nos trabalhos da favela do Moinho e seria difícil encontrá-la ou ir até a cracolândia, mas para a alegria do meu coração na sexta-feira dia 07/07 saímos para convidar os irmãos de rua para a festa da misericórdia que acontece no domingo e a encontramos, doente, fraca, e a graça que recebemos é que ela nos pediu de sair dali pois já não aguentava mais viver daquela forma e de imediato levamos ela para a Restaura-me onde fizemos tudo que é necessário.

Agora Taís está acolhida em uma de nossas casas, em Salto/SP buscando uma nova vida agora restaurada em sua dignidade.

Taís é a prova de que vale a pena dar a vida por um pequenino, como diz a palavra em Mateus 25, 40 “Todas as vezes que fizestes a um destes pequeninos é a mim que fizestes!”

Hoje o desejo dela é ser canal de Deus para as pessoas com o dom de cantar quer ofertar tudo a Deus. Uma vida marcada por sofrimentos, mas purificada pela misericórdia divina.

OS DEZ MANDAMENTOS DA CURA

OS DEZ MANDAMENTOS DA CURA
(Padre Márlos Múcio C. Silveira, mss)

1. Crermos que Jesus está vivo e é o Senhor, que Ele nos quer sadios e que tem o poder de nos curar nos dias de hoje.

“Eu vim para que as ovelhas tenham a vida, e para que a tenham em abundância” (Jo 10-10)

2. Reconhecermo-nos enfermos e necessitados de cura.

“Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas, sim, os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas, sim, os pecadores”. (Lc 5, 31-32)

3. Confiarmos no poder e na ternura de Deus, implorando-lhe a cura e a libertação.

“Senhor, se queres, podes curar-me” (MT 8,2b)

4. Rompermos com o pecado, causa da doença e da morte.

“Como por um só homem, entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram” (Rm 5,12)

5. Em todas as ocasiões, em todos os lugares e por tudo, louvarmos a Deus. O louvor cura e liberta!

“Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é, a vosso respeito, a vontade de Deus, em Jesus Cristo” (1 Ts 5,18).

6. Não guardarmos mágoas, ressentimentos, ódio e desejo de vingança. Rezarmos pelos nossos ofensores. Louvor + Perdão = Cura!

“Amai os vossos inimigos. Fazei bem aos que vos odeiam. Orai pelos que vos maltratam e perseguem” (MT 5,44)

7. Participarmos com freqüência dos Sacramentos. Sobretudo da Confissão e da Eucaristia.

“Se reconhecermos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo, para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade” (1 Jo 1,9)

“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. A fim que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 4.11)

8. Vivermos na comunidade de fé.

“Perseveraram eles na doutrina dos Apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações” (At 2,42)

9. Vivermos sob o Senhorio de Jesus.

“Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (MT 6,33)

10. Seguirmos as orientações médicas.

“Honra o médico por causa da necessidade. Pois foi o Altíssimo quem o criou. Toda a medicina provém de Deus” (Eclo 38,1.2a)

A Misericórdia de Deus

Conhecendo a natureza humana, e querendo ajudá-la, Jesus deixou-nos a parábola do filho pródigo, lição definitiva sobre o pecado para todos os filhos de Deus.
"Levantar-me-ei - disse o pecador - e irei a meu pai, e lhe direi: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Levantou-se e foi ter com o pai. Estava ainda longe, quando o pai o viu, e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou" (Lc 15,18-20). Este é o Pai com quem nos encontramos na oração. Um pai que ama o pecador, porque sabe distinguir o pecador do pecado, e não esquece que um pecador é um filho seu. Por isso abraça e beija, com ternura infinita, o filho fedendo a pecado. "Façamos uma festa; este meu filho estava morto e voltou a viver; tinha-se perdido e foi encontrado". (Lc 15,23-24).
Revelando a atitude de Deus para com o pecador, Jesus quer animar-nos a falar com Deus sobre nossos pecados, não apenas sobre nossos defeitos. Pretende encorajar-nos a uma total lealdade, expondo ao Pai o nosso ser moral.
E isto é sumamente útil: considerar-me pecador, não simplesmente defeituoso. Quando e reconheço orgulhoso e peço perdão a Deus pelo meu pecado de orgulho, estou apunhalando, em bloco, uma multidão de defeitos, ao mesmo tempo que Deus prepara uma sementeira de qualidades, ou melhor, de virtudes. O resultado é bem mais restrito se o orgulhoso se considera apenas (psicologicamente) "anti-social" ou "egocentrado".
Não foi sem intuito que Jesus também fez a nós uma confissão. Confissão não de seus pecados, que Ele não teve, e sim de seu ponto de vista sobre nossa condição de pecadores. "Se compreendêsseis o sentido desta palavra: quero a misericórdia e não o sacrifício..." (Mt 12,7). É assim que Ele e o Pai olham qualquer pecador. Com misericórdia e não com intuito de sacrificá-lo. Quem não acredita nisto, está por fora do coração daquele que é o bem-amado do Pai.
Bastariam estes segredos desvendados, se nada mais houvesse, para confiarmos no amor de Deus. Deus não espera encontrar em nós aquele hipotético amor imaculado, hipotético e chantagista, se proclamado. Aquele que receia falar de seus pecados a Deus, parece que se julga digno de amor. Se assim fosse, não teríamos visto aquele cruz no Calvário, ensopada com o sangue de outro que não nós.
Encarando-nos como filhos e pecadores, a Liturgia da Igreja, num realismo admirável, põe em nossa boca esta confissão pública: "Confesso a Deus que pequei muitas vezes..."
Se estas palavras saem de nosso peito cortadas de dor, não é de estranhar que um dia ouçamos o mesmo pedido que o Cristo dirigiu a Bernardo de Claraval. - Na oração, Bernardo se queixava de nada encontrar para oferecer, tendo tanto a pedir. E se surpreendeu quando o Cristo desejou isto: "Dá-me então os teus pecados".
Sim. Quem sofre por ter pecados, pode oferecê-los, porque são pecados embrulhados na humildade e apresentados na esperança...

as CINCO PEDRINHAS

Um dia, em Medjgorje, a Virgem Maria nos pediu para viver a seguinte mensagem: “Filhos queridos, vos convido à conversão individual. Este tempo é para vós, porque o meu Filho dileto sem a vossa cooperação não pode realizar o que deseja. Filhos queridos, orai a fim de que possais crescer espiritualmente e ficar mais próximos de Deus; entrego-vos as cinco pedrinhas que representam as armas contra vosso gigante Golias, com as quais podereis vencer qualquer batalha”.

Maria, Imaculada do Espírito Santo, jamais nos desamparou; antes, continuamente iluminou nossos passos. Retomamos o convite que Ela, docemente, faz a todos nós, seus filhos: contra os “nossos Golias”, armemo-nos com as Cinco Pedrinhas: Eucaristia, Confissão, Palavra de Deus, Jejum e Santo Rosário.

A Eucaristia é o mesmo Jesus de Nazaré vivo, verdadeiro e ressuscitado. Não é uma presença simbólica de Jesus, mas sua presença real. A Santíssima Eucaristia é o Sacramento do Amor de Jesus, através do qual Ele se doa a nós como Pão Vivo descido do Céu. Não é por acaso que a Virgem Santíssima nos indica a Eucaristia como “primeira pedra” para defender-nos do nosso gigante Golias.

A Confissão é o Sacramento da Reconciliação. É necessário que estejamos sinceramente arrependidos para receber a absolvição dos nossos pecados. Este sacramento não é um castigo, mas o presente de Páscoa de Jesus ressuscitado. Depois da ressurreição, Jesus apareceu aos seus apóstolos, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,22s). Esta é a “segunda pedra” que Maria nos oferece.

A “terceira pedra” a que Maria se refere, é a leitura e meditação da Palavra de Deus. A Palavra de Deus é luz que te faz sair das trevas do pecado. É a palavra da verdade, que nos liberta da mentira.

O Jejum é a “quarta pedra”. É um sacrifício, uma penitência, que ajuda a crescer na humildade e a fortificar a nossa vontade para resistir às ciladas do inimigo de Deus. A Virgem pede o jejum a pão e água em Medjugorje, mas o jejum pode ser feito de diversos modos. Isto implica uma privação. Podemos jejuar com os olhos, evitando querer uma coisa que não podemos ter; com a boca, evitando dizer palavras que ofendam os nossos irmãos. Enfim, pode-se jejuar comendo menos do que se deseja. O jejum nos purifica e fortifica.

Rezar com o coração o Santo Rosário é a “quinta pedra”, e é tão recomendado por Nossa Senhora em suas aparições. Através da meditação dos mistérios temos a oportunidade de percorrer toda a vida de Jesus e de contemplar o Seu nascimento, a Sua morte e a Sua ressurreição.

Testemunha-se muitas graças recebidas pelas pessoas que se dedicaram mais a devoçao às Cinco Pedrinhas. Não é fácil e nem simples, mas essas armas que Nossa Senhora nos dá não podem ficar guardadas, tampouco devem ser somente usadas nos momentos complicados. Muito pelo contrário, devemos integrá-las à nossa vida comunitária do dia-a-dia!

ASSOCIAÇÃO ALIANÇA DE MISERICÓRDIA

História

A Associação Aliança de Misericórdia foi fundada em 25/10/2000 pelos sarcedotes Antonello Cadeddu e Enrico Porcu, a realidade da cidade de São Paulo é marcada por profundas desigualdades sociais, o que traz conseqüências sociais gravíssimas. Esta realidade chamou a atenção dos padres que fundaram a Aliança de Misericórdia no intuito de levar a estas pessoas ações concretas que possam inserí-las de forma digna na sociedade.

A Aliança de Misericórdia está localizada em 34 cidades do Brasil, além de uma unidade na Itália e Portugal. Os programas, projetos e ações da entidade priorizam a população em situação de rua e moradores de favelas.

Para realização de sua missão a entidade conta com Casas de Acolhida, Creches, Programa Presencial de Assistência à População em Situação de Rua, Centro de Apoio a Família em Situação de Alta Vulnerabilidade Social, Centro de Apoio à População em Situação de Rua, Moradores de favelas e regiões periféricas, programas de lazer, cultura, educação e qualificação profissional, são beneficiadas mais de 7000 pessoas por mês com este trabalho.

ASSOCIAÇÃO ALIANÇA DE MISERICÓRDIA (artigo publicado em 2008 no "Nosso Jornal" que atende à região de Tupi - Piracicaba

Entidade sem fins econômicos, fundada no ano 2000 e dirigida pelos padres Antonello Cadeddu e João Henrique. São sacerdotes italianos e vieram para o Brasil, na capital São Paulo, Casa “Restaura-me” situada no Brás (SP), onde é realizado atendimento à população mais carente: moradores de rua e dependentes químicos.
Na nossa região, temos a Casa de Acolhida “Poço de Jacó”, localizada no bairro Dois Córregos, estrada velha Piracicaba-Tupi, entrada para a Quimpil, telefone 3424-1297. Ao lado, temos a Casa de Reinserção “Dom Bosco”, onde os acolhidos, chamados carinhosamente de “filhos da Aliança”, após um período de nove meses de recuperação, em um caminho de catecumenato, oração e laborterapia, preparam-se para seu “retorno” à sociedade, com muita dignidade, como cidadãos úteis. Inicialmente como evangelizados, preparam-se para tornarem-se evangelizadores, o que se confirma com os muitos casos de conversão e vida nova, com diversas famílias restauradas para a vida digna de cidadãos.
Ainda, temos a “Casa Maria” no bairro da Paulista, um casal de Piracicaba, que, além de seus três filhos biológicos, acolhem mais sete crianças e adolescentes que vivem sob o mesmo teto, usufruindo do ambiente familiar e preparando-se para o possível retorno à suas famílias de origem.
No bairro Chicó, temos a Casa de Acolhida “Maria Mãe dos Pobres”, a famosa REVIDA, onde são acolhidos os que chegam diretamente das ruas e é feita a triagem, para daí ser decidido em que Casa de Acolhida irão para iniciarem seu caminho de recuperação. Tudo é feito sem ser cobrada qualquer taxa, a manutenção é realizada a partir do que se recebe de doação da população em geral. Se se tem o que comer, come-se, senão reza-se e aguarda-se a Providência de Deus, que não falta.
Estas são as quatro Casas que a Associação Aliança de Misericórdia, mantém em Piracicaba. Digno de nota é que outras Casas já foram fundadas em diversas regiões do Brasil, como: São Paulo (SP), Salto (SP), Piracicaba (SP), Jacareí (SP), Belo Horizonte (MG), Alfenas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Barbalha no Ceará. Grupos de Voluntários, casais, pessoas que doam seu tempo livre e promovem diversos eventos, no auxílio para estas Fraternidade de vida, já estão implantados em: Barbacena, Belfordroxo, Betim, Caieiras, Cambé, Cascavel, Criciúma, Cubatão, Alfenas, Fartura, Florianópolis, Leme, Maringá, Passo Fundo, Pedreira, Piracicaba, Piumhi, Poá, Ribeirão Preto, Rio Claro, Rio de Janeiro, Salto, São José dos Campos, São Paulo, Sumaré, Suzano, Taipas, Taubaté, Tietê. Também em outros países, como Portugal, França, Bélgica, Angola na África. Nos nossos próximos encontros, iremos divulgar mais notícias.


PASSO A PASSO DA ACOLHIDA NA ALIANÇA DE MISERICÓRDIA

1 - Inicia-se pela Pastoral de Rua. Missionários e ou membros dos grupos Arco-Íris (voluntários) vão pelas ruas das cidades onde a Aliança se faz presente, com o intuito de se aproximar dos moradores de rua, afim de que, pelo amor e pela Palavra, sintam o desejo de mudar de vida abandonando as ruas e começando um caminho para a reinserção na sociedade.

2 – Muitos moradores de rua, sabendo do trabalho realizado pela Aliança tomam a iniciativa e nos procuram em uma de nossas casas. Na Casa Restaura-me, no Brás (SP) é feito o atendimento à população de rua, onde os irmãos recebem alimentação, cuidados de higiene e saúde e fazem entrevista com uma assistente social, para depois iniciar o caminho da triagem.
3 – Casas de Acolhida (São Paulo, Salto, Piracicaba, Alfenas, Jacareí, Barbalha). Os irmãos acolhidos se tornam “filhos da Aliança” na comunidade e ficam nas casas de acolhida por um período de nove meses, em um caminho de catecumenato, oração e laborterapia.
Nas casas é proibido até mesmo o consumo de cigarros e muitos “filhos” encontram forças para deixarem os vícios através da hora de adoração eucarística diária, da leitura da Palavra e da oração do terço.

4- Casa de Triagem (Alfenas, São Paulo e Piracicaba). Mais uma etapa antes do caminho de recuperação: a permanência por cerca de dois meses em uma das Casas de Triagem, onde passam por exames, retirada de documentos e por um período de convívio e conhecimento da proposta de recuperação e reinserção. Para as crianças, este tempo é reduzido e se dá na Casa Pequenos Passos, Neste caso, desde os primeiros contatos, se inicia para cada criança os contatos e trâmites com o Juizado de Menores e com o Conselho Tutelar.

5 – Casa de Reinserção (Piracicaba). Os “filhos da Aliança” saem da casa de acolhida e vem para a casa de reinserção, onde serão ajudados a encontrar um trabalho e permanecerão durante o dia. Na casa, aprenderão novamente a administrar o próprio dinheiro e tempo, até que estejam aptos a voltar para sua família ou ter sua própria casa.

6 – Volta para Casa. A caminhada de alguns dos “filhos” não torna necessária a passagem pela casa de reinserção, e após a casa de acolhida eles já retornam para suas casas e para suas famílias. Outros permanecem na comunidade como voluntários, ou com o desejo de iniciar o caminho de entrega da própria vida a Deus.

A Aliança de Misericórdia tem por objetivo resgatar a dignidade humana, moral, cultural e espiritual daqueles que vivem em situação de exclusão social. Através de programas e atividades voltados para educação (básica e profissional), cultura, saúde e habitação, a Aliança de Misericórdia presta atendimento a moradores de rua, jovens, dependentes químicos e marginalizados, famílias moradoras de favelas e crianças atendidas em creches especializadas.
Os programas sociais da entidade são financiados por pessoas físicas, jurídicas, órgãos governamentais e através de convênio firmado com a Prefeitura de São Paulo. Todo o trabalho desenvolvido conta com a dedicação de uma rede de profissionais especializados, agentes sociais e voluntários.
A Missão da Associação Aliança de Misericórdia é resgatar a dignidade humana, moral e cultural daqueles que vivem em situação de exclusão social, através de programas e atividades que possam inserir na sociedade, seres humanos plenamente restaurados em sua civilidade.
Você se interessou? Deseja ser mais um voluntário? Quer conhecer os diversos eventos realizados pelos bairros periféricos de Piracicaba? Entre em contato pelos telefones colocados acima. Tem eventos e atividades para jovens, casais (casados ou não), crianças, idosos. Grupos de Oração, Oração de Intercessão, Atendimento de oração, Récita do Santo Terço, Caná – Encontro de casais, Talita Kum – Encontro para Jovens, JAM – Jornada da Aliança de Misericórdia no Poço de Jacó – todo 1º domingo de cada mês, a partir das 10:00 horas, que é Formação Permanente para todos, Vigília MMAE – Adoração ao Santíssimo Sacramento na Paróquia São Judas – toda 1ª sexta-feira de cada mês, Cristoteca – Balada Católica, Pastoral de Rua, Pastoral de Favelas = tem lugar para você ajudar. Deus ilumine suas escolhas e venha sentir-se útil e conquistar a paz que vem de Deus. Faça a experiência do amor de Deus em sua vida.
O Padre Luis Carlos, da Paróquia São Judas e que atende a região de Tupi, celebra a Missa todo domingo à tarde, às 18:00 horas, no Poço de Jacó, endereço: Estrada Piracicaba-Tupi, após a Itelpa, na entrada para a Quimpil, primeira chácara, bairro Dois Córregos, telefone 3424-1297.

Colaboração: Lupercio Reis Neto – morador do Sítio Santa Rita – Tupi - lupneto@yahoo.com.br

A Palavra do Missionário - Ricardo

A Igreja instituída por Cristo, foi confiada ao pastoreio dos apóstolos, sucessores de Cristo aqui na terra. A igreja desde a sua fundação tem um comprometimento de ligar a terra com o céu, diz o Senhor tudo o que ligares aqui na terra será ligado no céu.
Portanto religião que significa no sentido da palavra religare, só tem sentido quando há um comprometimento social e espiritual, são dois braços que se unem, quando não há equilíbrio neste caminho de caridade há uma cisão na sua essência confiada nas origens do pastoreio.
Esta Igreja sempre esta caminhante na história, podemos chamá-la de peregrina, pois, esta inserida em cada contexto social, político, cultural, e seu papel religioso, é ligar os homens a pratica da caridade no hoje de nossa história.
Como deve ser a pratica religiosa de nossos tempos? O que os nossos Apostólos nos orientam?
O papa João Paulo II morreu na véspera da festividade da Divina Misericórdia, instituída por ele mesmo para honrar o culto impulsionado por Santa Faustina Kowalska, uma freira da qual o Pontífice se considerava discípulo e que estimulou o culto à Misericórdia Divina.
A Misericórdia Divina foi um dos temas-chave de seu pontificado.
Durante sua última viagem à Cracóvia (Polônia), em 17 de agosto de 2002, ele disse que o mundo atual precisa mais do que nunca da misericórdia de Deus para acabar com as injustiças, o ódio e a sede de vingança, e para conseguir a paz.
A Aliança de Misericórdia, surge com este carisma ou espiritualidade, com o desejo de ser um movimento religioso equilibrado, uma ponte entre:
• pobres e ricos;
• centro e periferia;
• pequenos e grandes;
• igreja e igreja;
• dimensão carismática e libertadora;
• ação evangelizadora e de promoção humana;
• a vida de oração e de ação;
• homem e homem;
• povos e povos;
até os confins do mundo.
Assumindo, assim um compromisso específico de evangelização “Ad Gentes”, entrando em todos os bolsões de miséria, dos “porões da nossa humanidade”, segundo as indicações do documento Redemptoris Missio (Encíclica de João Paulo II, 1980):
• Âmbitos territoriais da Missão “Ad Gentes” propriamente dita;
• Mundos e fenômenos sociais novos: megalópoles, grupos humanos mais isolados e marginalizados, jovens, pobres;
• Áreas culturais, ou modernos areópagos: o mundo das comunicações, da cultura, da política, da economia, o “ressurgimento religioso”.
Toda atividade apostólica visa sempre animar as comunidades cristãs para que assumam a própria missão fazendo de cada batizado um “missionário Ad Gentes”.
Contando com este apelo de ser missionário Ad Gentes precisamos dar a nossa resposta, Duc in Altum é preciso lançar-se para águas mais profundas, não basta sonhar um mundo melhor é preciso trabalharmos arduamente para que haja novos céus e uma nova terra, aonde seremos eu e você nos tornaremos um ponte de misericórdia a este mundo.
O papa morto fez essas declarações durante a consagração do novo santuário da Misericórdia Divina de Lagiewniki, nos arredores da Cracóvia.
O santuário foi erguido junto ao convento onde viveu santa Faustina Kowalska, uma religiosa que estimulou o culto à Misericórdia Divina.
Quando era seminarista clandestino e trabalhava na fábrica de soda cáustica "Solvay", próxima a este convento, Karol Wojtyla parava ali para rezar depois de saber das visões da mística Kowalska.
A Misericórdia Divina foi um dos temas-chave de seu pontificado.
Prova do fato é que sua segunda encíclica "Dives in Misericordia", de 1980, está inspirada nas revelações de Kowalska, nascida em 1905 e falecida em 1938.
A freira pertenceu à congregação das irmãs da Beata Virgem María de la Misericordia, que viviam no convento de Lagiewniki, construído no final do século XIX e em que se ensinava as moças a bordar, tecer, cuidar de jardins e agricultura.
Até a Segunda Guerra Mundial o convento era quase desconhecido, mas depois das experiências místicas de Faustina começou a ser visitado por milhares de pessoas, entre elas o futuro papa.
A religiosa escreveu um diário em que descreveu suas visões e conversas com Jesus, textos significativos, levando-se em conta que mal sabia ler e escrever.
Em 1931 enquanto estava em sua cela, Faustina teve uma visão de Jesus vestido de branco, que apareceu com uma mão levantada para abençoar enquanto de seu peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro branco.
Segundo seu testemunho, Jesus pediu que um quadro em que essa imagem fosse representada e que o primeiro domingo depois da Páscoa devia ser a festa da Misericórdia, como estabeleceu João Paulo II no dia em que canonizou a freira.
No Evangelho de São João está escrito que do coração de Cristo saíam sangue e água, e na visão de Faustina, segundo os estudos realizados sobre suas visões, aparecem esses dois elementos: o raio vermelho significa o sangue e o branco a água.
A freira, que sofreu muitas humilhações por revelar suas visões, morreu aos 33 anos de tuberculose.
O pedido de beatificação foi promovido pelo então bispo auxiliar da Cracóvia Karol Wojtyla, mas o processo foi detido no Vaticano, que considerava os textos das visões como muito "fortes" como para serem publicados.
No final ficou demonstrado que tudo se devia a uma má tradução.
Faustina foi beatificada em 1983 e proclamada santa em 2000 no Vaticano diante de mais de 300.000 pessoas.




O Movimento Eclesial Aliança de Misericórdia é uma Associação Privada de Fiéis, com sede na Arquidiocese de São Paulo, capital, cuja identidade se encontra em sua Palavra de Vida. O movimento está presente em 36 cidades do Brasil e outros 3 países (Bélgica, Itália e Portugal), através da adesão dos membros a um dos Elos de pertença.

Casal acolhedor cuida de 12 crianças e adolescentes

Extraído do JORNAL DE PIRACICABA – Seção 8 – Cidades – Domingo, 22 de março de 2009.

Família - Lúcia e Célio Rodrigues acolheram em 2003 ex-moradoras de rua e mães em situação de maus tratos

Casal acolhedor cuida de 12 crianças e adolescentes


“Não há maior amor que dar a vida pelo seu irmão”. Este princípio cristão está entre os tantos que regem a vida do casal Lúcia Cristina Rodrigues, 44, e Célio Antonio Rodrigues, 49. Além dos três filhos biológicos, Nathália, 24, Priscila, 21 e André Luis, 18, eles acolhem em sua casa, conhecida como Casa Maria, 12 crianças e adolescentes que enfrentam problemas relacionados a falta de estrutura familiar. “São 24 horas no ar. É uma família comum, com horário para acordar, ir à escola, fazer tarefa e brincar. Tudo com disciplina e amor”, relata Lúcia.
“Evangelizar para transformar”. Lúcia e Célio acreditam que não basta acolher. Em um dos cômodos da casa existe uma capela, onde é feito um trabalho de evangelização com as crianças e adolescentes, de 04 a 16 anos. “É um lugar de oração, de momento com Deus, onde também passamos a eles alguns ensinamentos da Bíblia”, detalha Lúcia.
A Casa Maria faz parte de uma das iniciativas da Comunidade Aliança de Misericórdia, da Igreja Católica, presente em Piracicaba desde 2001, quando um grupo de pessoas se reuniu em prol do mesmo objetivo, o de servir a Deus e ajudar os mais carentes. Eles fundaram o grupo Arco-Íris de Misericórdia (AIM) na cidade. Desde então, explica o casal, outros benfeitores trabalham numa mesma missão: a de evangelizar sem distinção de religião.
No início, contam Lúcia e Célio, o grupo se reunia para orar e, em 2002, alugou uma casa próxima à Santa Casa para ajudar os pacientes que vinham de longe fazer tratamento de hemodiálise sem ter o que comer.
Em 2003, a Casa Maria acolheu algumas jovens grávidas ex-moradoras de rua e mães de Piracicaba que viviam em situação de maus tratos. A partir desse trabalho, algumas mães foram embora, deixando as crianças aos cuidados de Lúcia e Célio.

Grupo já
ajudou
pacientes de
hemodiálise
da Santa Casa


“Essas `crianças´ foram uma luz em nossas vidas. Aprendemos e crescemos a cada dia com as diferentes histórias desses anjos”, conta Lúcia, que ajudou no passado o marido Célio a sair da dependência do álcool e das drogas. “Totalmente recuperado, Célio é quem leva as crianças à escola, quem cuida das questões financeiras, enfim, ele é o meu braço direito”, afirma. E para Célio “vale muito a pena”.
Todo o suporte, seja médico ou psicológico, garante a essas crianças e adolescentes uma expectativa de vida melhor, segundo Lúcia. Jone, 14, morador da Casa Maria há mais de um ano, reconhece o trabalho e dedicação de Lúcia e Célio. “Eles estão me proporcionando uma oportunidade de recomeçar a vida”, diz Jone, que gosta de freqüentar a capela da casa para tocar violão. O adolescente foi encaminhado pela Comunidade Aliança de Misericórdia de São Paulo. O movimento está presente em 36 cidades do Brasil e outros três países (Bélgica, Itália e Portugal).
A casa é mantida pelo casal e por meio de doações financeiras ou trabalho voluntário da comunidade de São Paulo, da prefeitura de Piracicaba, da Igreja, amigos, entre outros colaboradores.
“Graças a Deus, porque o gasto é grande”, desabafa Lúcia. Ao mesmo tempo, confessa que “não há dinheiro que pague, ver a alegria e felicidade estampadas no rostinho de cada criança”. “São vidas restauradas”, ressalta.
Atualmente, Lúcia e Célio detém a guarda provisória dessas crianças, regularizada perante o Juizado da Infância e Juventude de Piracicaba, segundo a advogada do casal.

Pastoral A fé que caminha por becos e calçadas

Ângela Silva
angela_cpsilv@hotmail.com


Um compromisso semanal marca as noites de quarta-feira daqueles que aderiram à Pastoral de Rua em Piracicaba. As praças Bom Jesus, da Catedral, da Igreja Matriz de Vila Rezende e Takaki são os locais de encontro entre missionários e voluntários, que se unem para levar conforto a pessoas em situação de indigência.
Um dos projetos da Associação Aliança de Misericórdia, a Evangelização de Rua acontece em Piracicaba há quatro anos. Promove a renovação da fé e o apoio psicológico a moradores de rua. Além disso, tem o propósito de acolher àqueles que se sintam preparados para iniciar a reinserção social.
A missionária Regiane Maria, 26, conta que ouvir a história dessas pessoas é essencial para entender suas necessidades. “Com a minha presença, procuro levar a eles a palavra de Deus, sua mensagem”, explica.
Dona Terê, 60, voluntária da Pastoral, destaca que é difícil vencer o desejo que os próprios moradores têm de permanecerem na rua. “As entidades ajudam com roupas e alimentos. Eles não sentem fome e podem manter os vícios, por isso a maioria não quer sair”, afirma.
Identificando-se por José, o senhor de 55 anos que veste roupas curiosamente em boas condições e descansa sob um papelão, elogia o trabalho dos missionários: “Eles nos dão uma atenção que quase ninguém dá. Mas o mundo é isso. Sempre tem quem ajude e quem ignore”, diz.
O voluntário Mário César, 44, acompanha a Pastoral há quatro meses e já contribuiu para iniciar a reinserção social de dois garotos. Ex-dependente químico, mora na Casa Aliança de Misericórdia há pouco mais de um ano. Hoje em um processo de recuperação diário, ele leva sua história aos moradores de rua na tentativa de sensibilizá-los.“Deus faz mudanças e as portas somos nós que abrimos ou fechamos”, reflete.
Luiz Carlos da Silva, o Fininho, 26, também é voluntário na Pastoral e usa o fato de já ter vivido nas ruas para se aproximar dos moradores. “Sei dos sentimentos deles porque vivi”. Com esse trabalho, conseguiu recuperar uma pessoa, a quem ele chama de “filho na fé”.
A dificuldade de entender a mente dos moradores de rua pode ser ilustrada pela fala de Willian Guedes da Silva, 25, que recebeu de Regiane a proposta de ajudá-lo na busca por sua mãe: “Prefiro não saber se ela está viva ou morta, ou descobrir por minha conta”. O rapaz, que saiu de casa com 16 anos, se irrita quando perguntam se prefere continuar nesta situação a reencontrar a família. “Que situação?! Eu moro aqui.” – e aponta para os colegas, numa demonstração de que sua realidade lhe basta.

Trajetória Institucional - Misericórdia que transforma vidas

Patrícia Elias
patriciaelias.ies@hotmail.com


A Associação Aliança de Misericórdia nasceu na cidade de São Paulo, no ano de 2000, através da doação dos Padres Antonello e Padre João Henrique, juntamente com outros missionários.
A Aliança de Misericórdia chegou a Piracicaba no ano de 2001 por meio do Grupo Arco-íris, que sempre teve uma atuação junto aos mais pobres, a principio cuidando dos pacientes da Santa Casa, que vinham de longe para fazer hemodiálise e não tinham como se manter, depois passando pela acolhida de mães solteiras e posteriormente fundando a Casa Maria, que hoje acolhe crianças em situação de risco.
No ano de 2006, começaram os trabalhos da Casa Poço de Jacó, com a chegada dos primeiros missionários à cidade, que iniciaram o trabalho de acolhida de homens que estavam em situação de rua, chamados de “filhos da aliança”.
As várias faces da comunidade em Piracicaba
Hoje, o trabalho da Aliança de Misericórdia em Piracicaba é dividido em várias fases, cada qual desenvolvida por grupos distintos que, juntos, têm o objetivo de resgatar a fé e promover a reinserção social dos acolhidos, em sua maioria ex-moradores de rua ou dependentes químicos.
As etapas são:
Grupo Arco-Íris de Misericórdia: Pessoas que expressam concretamente o carisma da comunidade em suas cidades e vivem a espiritualidade do movimento e sua missão no mundo. Em Piracicaba, o grupo está inserido nas diversas evangelizações existentes, junto a jovens, casais e aos mais pobres materialmente.
Triagem: Realizada na Casa Maria Mãe dos Pobres, em Rio das Pedras, que é coordenada pelo casal missionário Roberto e Deusa. Atualmente, a casa tem capacidade para 24 acolhidos que permanecem pelo período de um mês até irem para a casa Poço de Jacó. É o momento de sentir se a pessoa está realmente disposta a iniciar a caminhada de acolhida.
Acolhida: Realizada na Casa Poço de Jacó, em Piracicaba, que tem capacidade para acolher 40 filhos da aliança, que permanecem na casa por um período mínimo de nove meses. Durante esse período, eles realizam tarefas domésticas e fazem o caminho do catecumenato (catequese que é dada para a iniciação cristã), além de participarem de formações, palestras e estudo religioso. Composta por quatro casas, o sítio oferece aos acolhidos um ambiente bastante familiar.
Reinserção: Realizada na Casa Dom Bosco, em Piracicaba, que comporta 14 acolhidos. São pessoas que estão no processo de reinserção social e permanecem
na casa pelo período necessário até estruturarem a caminhada. Durante esse período, os acolhidos têm a oportunidade de se inserirem na sociedade através do trabalho e do estudo.
O missionário Douglas Valadares frisa que a Aliança de Misericórdia não presta somente assistencialismo, já que procura fazer todo o processo de reinserção social e não apenas parte dele. “A Aliança não é abrigo, albergue, mas sim uma casa, uma família que trabalha a formação humana, religiosa, cuida da saúde e da dignidade da pessoa”, declara.
Com a ajuda da Aliança de Misericórdia de Piracicaba, muitas vidas foram transformadas e puderam recomeçar. É o caso de Manoel Guedes, 48, natural de Silveiras, interior de São Paulo. Manoel morou na rua por dois anos e, após a visita dos missionários em 2006, sentiu o desejo de sair da rua e ir para a Casa de Acolhida. Nesse período, ajudou a cuidar dos idosos e tirou dessa experiência grandes lições de vida. Segundo ele, a maior conquista durante este tempo de caminhada foi aprender a amar, doar mais que receber e servir ao próximo nas pequenas coisas. “Aprendi também a acreditar na misericórdia de Deus sob minha vida”, afirma.
Após a conclusão de sua caminhada na Casa de Acolhida, Manoel foi para a Casa de Reinserção, onde começou a dar os primeiros passos rumo ao estudo e ao emprego e assumiu a coordenação desta casa por dois anos. “O diferencial foi o clima familiar sentido entre meus irmãos de caminhada”, declara.
Após três anos de caminhada, Manoel está trabalhando, estudando e já possui um lar fora da comunidade, onde pode colocar em prática todos os princípios aprendidos. Ele ainda se envolve com as atividades da associação, as quais classifica como “sustento e fortaleza” para seu caminho.
Além da acolhida de adultos em situação de rua, os trabalhos desenvolvidos pela comunidade em Piracicaba englobam ainda a evangelização com retiros para jovens (Thalita-Kum), o encontro de casais (Caná), a Cristoteca, a Pastoral de Rua, além de atividades de dança, teatro e música.
A Associação também conta com a participação e ajuda de muitas pessoas da cidade: voluntários, benfeitores e amigos, que ajudam nas necessidades materiais das casas, pois todo o trabalho é mantido por doações e pela “Providencia Divina”. Entre muitas formas de ajudar, existe o Projeto Estratégico, que visa organizar os projetos das casas e melhorar o trabalho com a evangelização.
Na Associação trabalham amigos, benfeitores, o Grupo Arco-íris, missionários e filhos da aliança, não havendo nenhuma diferença, o que representa a expressão máxima do amor misericordioso de Jesus na cidade de Piracicaba.

Perfil Ex-punk dos protestos opta pelo sacerdócio

Missionário há quatro anos e estudante de Teologia,
Douglas Gonçalves Valadares expõe sua história de vida

Camila Gusmão
cah_foca@yahoo.com.br


Com um terço na mão, jeito calmo e a fala mansa Douglas Gonçalves Valadares, 25, escolhe o local da conversa que vai resultar neste perfil. Atrás da capela, de onde se vê uma bela gruta de pedras, uma delas com a inscrição:“Jesus é amor”.
Filho de Edna Aparecida Gonçalves Valadares, dona de casa, e de Nelson Horta Valadares, policial militar que chegou a trabalhar em dois empregos e a fazer bicos para não deixar faltar nada em casa,Douglas nasceu em São Paulo. Apesar do pai não seguir os ritos católicos com rigor, orgulha-se do mesmo, “Meu pai sempre ensinava a gente a viver do que se conquista”, afirma. mãe e a irmã Érica Gonçalves Valadares sempre foram ,religiosas.
Entre os anos de 93 e 94, Douglas teve as primeiras experiências na igreja, mas nenhuma lhe chamou atenção, pois pareciam abstratas demais. “Pouco imanente, muito complicado”, diz.
Na adolescência, Douglas começou a fazer um curso técnico na Mooca, centro de São Paulo. Fase nova, amigos novos, começou a beber e, deixou totalmente a igreja.
Desde essa época, tinha sede de mudança, queria um país com condições mais igualitárias, mas beber e fazer protesto foram as formas que encontrou para manifestar essa ideologia.
“Olha essa juventude, bebendo, sentada na porta do bar. É essa mudança que eles querem?”. Essa frase, ouvida de uma senhora, deu novo rumo à vida de Douglas. Ele começou a trabalhar numa banca de jornal, terminou o colegial e voltou a pensar no futuro.
A partir de uma missão realizada no bairro em que morava, em 2003, Douglas se reaproximou da igreja, mesmo que sob a pressão da mãe e nas pregações que ouviu, encontrou a expectativa de vida jamais encontrada antes.
Depois de dois anos participando de retiros e eventos, Douglas começou a conhecer o
aspecto social da comunidade. “Ir a lugares de risco fazer promoção humana, dar formação para jovens”, conta.
Além de participar da comunidade, Douglas trabalhava na área contábil de uma empresa de bebida. Quando estava prestes a ser promovido, seu orientador o chamou para fazer um ano de direção espiritual na comunidade. Neste momento, teve de escolher entre realizar o sonho do pai de trabalhar, fazer faculdade e lhe dar netos, e a vida entregue a Deus. “Primeiro, fiquei sem reação, depois chorei muito, cheguei em casa e fui dormir. No outro dia, nem consegui trabalhar direito”, relata.
Tomou a decisão. Pediu a conta, conseguiu um “dinheirinho” para não deixar a família desamparada e foi para casa. Ao contar para o pai não teve apoio . “Não criei filho para virar padre, largar tudo e fazer uma coisa duvidosa”, retrucou Nelson, que chegou entrar em depressão.
O tempo passou e em 13 de fevereiro de 2005, foi realizada a missa de entrada de Douglas para a Casa Aliança de Misericórdia. Contou com a presença da irmã, do pai, que já perdoara o filho, apesar de ainda torcer o nariz para a escolha, e de um amigo de infância. O restante da família não apoiava sua escolha.
Depois de dois anos na casa de formação de São Paulo, veio para a casa Poço de Jacó, em Piracicaba. Apesar das dificuldades, garante que não pretende desistir:. “A amizade e a partilha de vida com os irmãos é o que segura a gente aqui, pois realmente é difícil”, explica Douglas.
Como missionário tem 15 dias do ano para ver a família, e não desperdiça nenhum. O pai ainda pergunta se está decidido em relação ao celibato, já a mãe tem o coração preenchido pela missão do filho. Douglas reproduz as palavras de sua mãe sobre sua escolha: “Não tive filho para mim, mas para o mundo, não quero uma pessoa frustrada”.

Sustentabilidade - Trabalho que diginifica e reconstrói vidas

Zamir De Bellis Júnior
zamirjr@hotmail.com

Ex-moradores de rua que agora residem na casa Aliança de Misericórdia exercem funções para melhorar a moradia de todos, a partir desse trabalho se inicia o processo de reinserção quando os acolhidos utilizam seus dons para realizar as tarefas cotidianas de uma casa que acolhe muitos irmãos.
Estes trabalhos são propostos pelos missionários, como primeira forma de reinserir os irmãos de volta para a sociedade e desde o inicio da convivência na casa os ex-moradores de rua reencontram o desejo de trabalhar para melhorar a convivência com o próximo.
Assim que cada um chega à Aliança de Misericórdia, é feita uma entrevista onde os missionários procuram descobrir um pouco sobre a vida do novo morador, nessa entrevista é descoberto o que cada um pode oferecer de bom para a casa “Depois que nós descobrimos o que cada um já exerceu na vida oferecemos um trabalho na casa” disse Ricardo Cordeiro missionário da Aliança de Misericórdia, assim que for descoberto o que cada um faz de melhor o morador vai trabalhar com o que a experiência de vida proporcionou para ele até ali.
Tudo é feito de forma muito organizada, cada acolhido ajuda no que for preciso de acordo com o que sabe fazer melhor, cozinhar, cuidar da horta, lavar as roupas, cuidar da limpeza da casa, e cada um demonstra esse trabalho em forma de agradecimento, “Eu sinto como se fosse uma retribuição á tudo o que a casa me da graciosamente, tanto na parte física como na parte espiritual” diz Ronaldo G. de Castro que mora um ano na casa e Francisco de Assis completa “O bom é que não estamos construindo só para nós, mas para os outros que vão chegar aqui na casa também”.
Cada irmão acolhido encontra o valor do seu trabalho realizando pequenas tarefas que fazem o bem para o todo, “Todos tem conhecimento, que as funções exercidas não trazem nenhum lucro para eles próprios, por isso nós distribuímos os trabalhos pensando no limite de cada um, pensando na recuperação de cada irmão” diz Ricardo que completa “Com o desenvolver dessas tarefas os missionários estudam o porque que aquele irmão foi parar nas ruas e deixou para trás emprego e família”.
Assim como todos os trabalhadores, os acolhidos cumprem os horários de trabalho que começa ás 9h da manhã e tem a pausa para o almoço Ricardo comenta o interesse dos missionários com essa carga horária “Nós desenvolvemos esses horários para que cada um tenha compromisso e trazer de volta a responsabilidade com os horários” e mesmo sabendo que não receberam salários no final do mês, os moradores tem consciência de que os trabalhos exercidos são para a melhoria da casa em que moram.

Agenda:

1ª sexta de cada mês: Vigília MMAE (Movimento Mariano de Adoração Eucarística). Igreja São Judas, das 22h30 as 05h00.
1º Domingo da cada mês: JAM (Jornada da Aliança de Misericórdia)
Poço de Jacó, às 9h30.
Julho
04 – Louvor dos Jovens do Thalita-Kum, Igreja São Judas, das 19h30 até 22h00.
18 – GAMI (Grupo de Amigos da Aliança de Misericórdia), Casa Maria Mãe dos pobres – Antiga Revida em Rio das Pedras, às 15h00.
25 – Cristoteca (A Balada Católica) , Teatro São José – Centro, das 22h30 até 5h00.
Agosto
01 – Louvor dos Jovens do Thalita-Kum, Igreja São Judas, das 19h30 até 22h00.
22 e 23 – SHEMA (Encontro de Cura e Libertação)
28, 29 e 30 – THALITA-KUM (Encontro Kerigmático para Jovens)
Setembro
06 – Dia de Louvor e Oração com os Pe Antonello e Pe João Henrique às 9h00, Sindicato do Metalúrgicos
Outubro
03 – Louvor dos Jovens do Thalita-Kum, Igreja São Judas, das 19h30 até 22h00
10 – Cristoteca (A Balada Católica) – Festa do Céu, das 22h30 até 5h00.
24 e 25 – CANÁ (Encontro para casais)
Novembro
14 – Cristoteca (A Balada Católica) – Festa do Céu, das 22h30 até 5h00.
27, 28 e 29 – THALITA-KUM (Encontro Kerigmático para Jovens)
28 e 29 – CANÁ (Encontro para os casais)

Artigo - O que nos liga ao céu?

A Igreja instituída por Cristo foi confiada ao pastoreio dos apóstolos, sucessores de Cristo aqui na terra. Desde a sua fundação tem um comprometimento de ligar a terr= com o céu, diz o Senhor “tudo o que ligares aqui na terra será ligado no céu”.
Portanto religião no sentido da palavra, “religare” (ligar), só tem sentido quando há um comprometimento social e espiritual, são dois braços que se unem, quando não há equilíbrio neste caminho de caridade há uma cisão na sua essência confiada nas origens do pastoreio.
Esta Igreja sempre esta caminhante na história, podemos chamá-la de peregrina, pois, está inserida no contexto social, político, cultural e seu papel religioso, é ligar os homens a prática da caridade no hoje de nossa história.
Como deve ser a prática religiosa de nossos tempos? O que os nossos Apóstolos nos orientam?
O papa João Paulo II morreu na véspera da festividade da Divina Misericórdia, instituída por ele mesmo para honrar o culto impulsionado por Santa Faustina Kowalska, uma freira da qual o Pontífice se considerava discípulo e que estimulou o culto à Misericórdia Divina.
Durante sua última viagem à Cracóvia (Polônia), em 17 de agosto de 2002, ele disse que o mundo atual precisa mais do que nunca da misericórdia de Deus para acabar com as injustiças, o ódio e a sede de vingança, e para conseguir a paz. A Misericórdia Divina foi um dos temas-chave de seu pontificado.
A Aliança de Misericórdia surge com este carisma ou espiritualidade, com o desejo de ser um movimento religioso equilibrado, uma ponte entre as diferentes realidades de pobres e ricos e um comprometimento com a evangelização na dimensão libertadora e carismática. Contando com este apelo assumimos assim um compromisso específico de evangelização “Ad Gentes”, entrando em todos os bolsões de miséria, dos “porões da nossa humanidade”, segundo as indicações do documento Redemptoris Missio (Encíclica de João Paulo II, 1980):
Precisamos dar a nossa resposta, é preciso lançar-se para águas mais profundas, não basta sonhar um mundo melhor, é preciso trabalharmos arduamente para que haja novos céus e uma nova terra, onde seremos eu e você uma ponte de misericórdia a este mundo.

Ricardo Cordeiro Viola
missionário da Aliança de Misericórdia

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

artigo sobre a CASA MARIA:

Solidariedade


Lar acolhedor é sinal de


esperança




Lúcia Cristina Rodrigues e Célio Rodrigues cuidam de 12 crianças na Casa Maria

Aline Cristiane Joaquim

aly_crys@hotmail.com




A Casa Maria de Piracicaba abriga 12 crianças e surgiu no ano de 2001, quando Lúcia Rodrigues conheceu a Aliança de Misericórdia através do padre Henrique. Após participar de um encontro de formação em São Paulo, iniciou o grupo Arco-Íris, que integra a comunidade.

Depois de um trabalho junto aos pacientes da Santa Casa de Piracicaba, a Casa Maria passou a acolher jovens grávidas, ex-moradoras de rua e mães de Piracicaba. Como muitas acolhidas iam embora e deixavam as crianças sob os cuidados do casal, Lúcia e Célio acabaram por tomá-las como filhos.

A família consegue se manter através de uma doação mensal que recebe da comunidade, além do trabalho de Célio, na Prefeitura Municipal de Piracicaba. Os filhos biológicos Natália, 24, André Luís, 21, e Priscila, 19, também ajudam nas despesas da casa. “É uma luta poder viver. Se parar para pensar, seria impossível manter a casa pelo que há de concreto, mas se vê que a obra é de Deus”, afirma Lúcia.

Célio, o pai acolhedor, brinca com os filhos

Lúcia frisa que a Casa Maria é um lar acolhedor e que o local não funciona como orfanato, já que o papel que exercem é de pai e mãe. Ela lembra que a missão é trabalhar o relacionamento familiar. “Existem famílias desestruturadas, a criança acaba correndo muitos riscos. Eles estão aqui para somar”, diz.

Para Lúcia e Célio, fé e amor são a base dessa família

O lema da Comunidade Aliança de Misericórdia – “Evangelizar para Transformar” – está presente também na Casa Maria, que exercita o lado emocional e espiritual das crianças. “Nós mostramos a elas que Jesus faz a diferença em nossas vidas”, explica Lúcia. As crianças maiores estão cientes de seus pais biológicos e, a partir disso, o casal trabalha o perdão, a aceitação e promove orações pelos pais. “A gente percebe que tudo se constrói pelo amor. Plantar essa semente dentro do coração dessas crianças, que muitas vezes já não têm esperanças, faz com que elas renasçam novamente”, destaca Lúcia.